A política de Mogi das Cruzes está agitada! O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entrou com uma denúncia formal contra a vereadora Inês Paz (PSOL), o irmão dela, Jorge Leonardo Paz, e o ex-chefe de gabinete da parlamentar, Rafael de Souza Rosa. A suspeita? A famosa e polêmica “rachadinha” no gabinete da vereadora.
Do outro lado, Inês Paz nega as acusações de pés juntos, e a defesa dos três afirma que não existe nenhuma prova de irregularidade.
Como Começou a Investigação?
Tudo partiu da denúncia de Fernanda de Almeida Cursino, que trabalhou como assessora no gabinete de Inês entre janeiro e outubro de 2022. Segundo Fernanda contou ao promotor Kleber Henrique Basso, o salário dela no papel (holerite) era de R$ 6,7 mil, mas na prática ela só recebia R$ 2,5 mil. A diferença, R$ 4,2 mil, teria que ser devolvida todo mês.
Ainda segundo a ex-assessora, essa devolução era coordenada pelo irmão da vereadora, Jorge Paz, com a ajuda do então chefe de gabinete, Rafael Rosa. A grana, de acordo com a denúncia do MP, seria usada para pagar despesas pessoais de Inês Paz. Fernanda também disse que outros funcionários do gabinete passavam pela mesma situação e que usava seu carro particular para acompanhar a vereadora em compromissos (até fins de semana e feriados), recebendo só reembolso da gasolina.
MP Pede Afastamento; Câmara Já Rejeitou Cassação Antes
O MP não parou na denúncia: existe um pedido para afastar a vereadora Inês Paz do cargo, que corre em segredo de Justiça e ainda não foi decidido. O promotor argumenta que a permanência dela pode atrapalhar a investigação, que há risco dela cometer os mesmos atos de novo e que a denunciante teria sido ameaçada de demissão. Vale lembrar que em setembro do ano passado, a Câmara de Mogi rejeitou um pedido de cassação contra Inês, que está em seu quinto mandato.
O Que Diz a Vereadora Inês Paz?
Inês Paz se defendeu, destacando que a denúncia do MP ainda não foi aceita pela Justiça, ou seja, não há processo formal aberto nem condenação. Ela afirma que sua vida política é marcada por uma “luta coletiva” e que confia na Justiça e “na força da verdade”.
“Nunca fiz uso do cargo para benefício pessoal. Nunca traí a confiança de quem me elegeu”, declarou. Para ela, não há provas de crime, e as acusações são “interpretações distorcidas” que tentam criminalizar “formas legítimas e solidárias de atuação política”. Ela garantiu que continuará trabalhando normalmente.
O Que Diz a Defesa?
O advogado Horácio Neto Raineri, que representa os três denunciados, foi categórico: não existem provas do crime. Ele afirma que há depoimentos que negam as irregularidades e que as contribuições financeiras mencionadas eram ligadas à militância política e destinadas a movimentos sociais, algo que ele descreve como uma “prática recorrente de ajuda aos movimentos”.
Sobre o pedido de afastamento, o advogado considera uma “injustiça” e uma falha do MP tomar uma medida tão drástica (“tutela de urgência”) sem uma investigação mais aprofundada, já que, segundo ele, as provas apontam para lados opostos. “Achei que houve uma falha do MP”, disse Raineri, defendendo que o processo siga seu curso normal para que o juiz decida com base em todas as provas.
Ele também reforça que não há provas contra Jorge (descrito como militante histórico) e Rafael, e que não houve enriquecimento pessoal por parte deles. A defesa formal deve ser apresentada ao processo entre esta quinta-feira (17) e a próxima terça-feira (22).
A situação ainda vai ter muitos capítulos. Fica ligado aqui no portal para acompanhar os desdobramentos!