A Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes, uma tradição que remonta a mais de quatro séculos, encerrou no último domingo (8) sua 412ª edição. A celebração, considerada uma das mais significativas manifestações religiosas do Alto Tietê, foi acompanhada de perto por Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo diocesano, que há 13 anos participa ativamente de todos os momentos da festividade.
Desde o seu início, em 29 de maio, até o encerramento, a festa atraiu milhares de fiéis, moradores e visitantes, que participaram de uma programação intensa, marcada pela fé, devoção e espiritualidade. Dom Pedro ressaltou o dinamismo e a capacidade de renovação constante do evento: “Tem muita coisa parecida, mas tem muita coisa que é sempre novidade”, afirmou.
O bispo, que chegou à Diocese em 2012, observou com entusiasmo o aumento da participação popular ao longo dos anos. “Parece que a cada ano vai aumentando o número de participação, mas a força espiritual — acho que é isso que enche os olhos. Por isso, só temos a agradecer a Deus e continuar essa tradição”, declarou.
Em Busca do Reconhecimento Nacional
Um dos grandes destaques desta edição foi a expectativa em torno do processo de reconhecimento da Festa do Divino como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). “Contamos com a presença de especialistas, que foram contratados, para elaborar o dossiê técnico que será enviado ao Iphan”, explicou o bispo.
Esse possível reconhecimento reforça o valor simbólico e religioso da festa, como destacou Dom Pedro: “O que é muito bonito é essa fé do povo. O povo fica feliz em fazer sacrifício. Quem vem nas nove alvoradas sabe o esforço que é, mas essa bênção que Deus traz e a luz do Espírito Santo compensam todo o esforço que todos fazem.”
Pentecostes: O Grande Ápice da Celebração
O Dia de Pentecostes, celebrado no domingo (8), marcou o ponto culminante da festividade. A cidade despertou com a Alvorada às 5h, seguida pela bênção do fogo na Igreja do Carmo. A tradicional procissão, que reuniu cerca de 10 mil pessoas, emocionou os presentes com um cortejo composto por aproximadamente mil integrantes.
Entre os elementos visuais marcantes, destacaram-se o andor do Divino, confeccionado há 40 anos pelo decorador Sérgio Vicco, de 89 anos, e o vibrante tapete ornamental que adornou as ruas do centro. A missa solene de Pentecostes foi celebrada por Dom Pedro na Catedral de Sant’Ana, finalizando a parte religiosa da festa com a tradicional incineração dos pedidos entregues às rezadeiras.
Olhando para o Futuro: Festa do Divino 2026
A 412ª edição da Festa do Divino movimentou a cidade por 11 dias, com uma programação diversificada que incluiu alvoradas, missas, cortejos, quermesse e apresentações culturais. Agora, os olhos já se voltam para o futuro: os novos Festeiros e Capitães de Mastro da edição de 2026 serão anunciados por Dom Pedro Luiz Stringhini no próximo dia de Corpus Christi, em 19 de junho. A próxima edição já tem data marcada: acontecerá de 14 a 24 de maio de 2026.