O deputado questionou a imparcialidade do Ministro do STF e alegou que seu trabalho nos EUA tinha como foco denunciar abusos, e não alterar o curso do julgamento de seu pai.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) se manifestou nesta sexta-feira (14/11) após o Ministro Alexandre de Moraes (STF) votar pela aceitação da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode torná-lo réu por coação no curso do processo.
Em declaração, Eduardo Bolsonaro classificou o voto de Moraes como a “continuação da caça às bruxas”, utilizando o mesmo termo empregado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em referência ao julgamento de Jair Bolsonaro.
O parlamentar levantou questionamentos sobre a legalidade e a imparcialidade do processo, alegando:
- Suspeição de Vítima e Acusador: Ele questionou o fato de Moraes, que se diz vítima da coação, ser o relator do caso. Também criticou o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, sugerindo que ele estaria agindo em “conluio” com o ministro, uma vez que Gonet teria sido sancionado com a perda do visto americano.
- Ato Lícito e Soberano: Eduardo Bolsonaro defendeu que o ato de aplicar a Lei Magnitsky contra Moraes foi uma decisão soberana e lícita do governo dos Estados Unidos e de seu Congresso, estando fora da jurisdição brasileira.
- Foco nos Abusos: O deputado negou ter atuado para absolver seu pai. Ele sustentou que seu trabalho se voltou para “levar consequências aos notórios abusos e violações de direitos humanos cometidos por Moraes”.
Questionamento sobre o Processo e Eleições de 2026
O deputado, que está licenciado e residindo nos Estados Unidos, também questionou a forma como está sendo julgado, alegando que não foi oficialmente citado, mesmo sendo notório seu paradeiro.
Ele criticou a opção de Moraes por julgá-lo à revelia, em vez de utilizar a carta rogatória (sugerida pela Defensoria Pública da União) para a notificação oficial. “Por que Moraes tem medo de que eu fale? Por que não usa os canais oficiais, como todos os juízes do mundo utilizam?”, questionou.
Por fim, o parlamentar acusou o Ministro Alexandre de Moraes de perseguição política, visando tirá-lo da disputa pelo Senado em 2026 no “tapetão”, devido à influência que senadores exercem em votos de impeachment de ministros do STF.
