As recentes baixas temperaturas e a ocorrência de geadas estão impactando o setor agrícola de Suzano, alongando o tempo de desenvolvimento das plantas e gerando preocupações entre os produtores. Com a chegada do inverno, a expectativa é de uma redução de cerca de 40% no consumo de hortaliças, o que, somado à lentidão na colheita, deve acarretar em uma diminuição do comércio agrícola local.
Ricardo Sato, presidente do Sindicato Rural de Suzano, confirmou que houve formações de geada recentemente, mas principalmente no período da manhã. “Essa frente fria que atingiu a região no último fim de semana fez com que a temperatura caísse drasticamente. Por isso, algumas de nossas plantações amanheceram com uma fina camada congelada. No entanto, não tivemos perdas significativas na qualidade das hortaliças, pois o problema se dissipou rapidamente”, explicou Sato.
Apesar das ocorrências pontuais, a possibilidade de geadas mais severas não parece alarmar os produtores. Sato ressaltou que o fator mais preocupante é a demanda. “Neste próximo mês, com as festas ‘julinas’ e as férias escolares, o frio diminuirá consideravelmente o consumo de hortaliças”, afirmou. Ele acrescentou que “isso anulará qualquer expectativa de falta de produtos ou aumento de preços”.
O produtor rural Giovani Pelegrim relatou que, em seus três sítios, não houve perdas diretas, mas o desenvolvimento das plantas já foi bastante afetado. “As verduras estão crescendo mais lentamente. Também ouvi vários relatos de produtores sofrendo com as geadas”, comentou.
Paralelamente, a queda no consumo já impacta o comércio. “Minhas vendas caíram uns 40%, e os preços sequer subiram. Está caro produzir, a falta de mão de obra e de incentivo para a agricultura está cada vez mais difícil”, desabafou Pelegrim. Para contornar os prejuízos, ele tem ajustado suas plantações à demanda. “Eu reduzi o plantio para a colheita deste mês e pretendo diminuir ainda mais nos próximos três meses. Perdi muito devido às geadas no passado, chegando a ter que recomeçar do zero, e não pretendo passar por isso de novo”, concluiu.



