Corporação argumenta que a medida é “indispensável à preservação da integridade física” do ex-ajudante de ordens e seus familiares, após a homologação de sua delação premiada.
A Polícia Federal (PF) solicitou ao Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a inclusão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e seus parentes no Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.
Em documento enviado ao relator da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado, a corporação justificou a necessidade da medida, afirmando ser uma “ação indispensável à preservação da integridade física do réu e de seus familiares”.
Condenação e Início do Cumprimento da Pena
Mauro Cid desempenhou um papel central nas investigações, especialmente após seu acordo de delação premiada, que ajudou a elucidar a chamada “minuta do golpe”.
No julgamento do processo que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, Cid recebeu uma pena mais branda, de 2 anos de reclusão. Diferentemente dos demais condenados que recorreram, o processo de Cid já transitou em julgado (não cabem mais recursos), e Moraes determinou o início imediato do cumprimento da pena.
Recentemente, em audiência realizada no STF em 3 de novembro, a defesa de Cid solicitou a extinção da punibilidade de sua pena. Ao final da audiência, a tornozeleira eletrônica do tenente-coronel foi retirada após quase dois anos de uso.
A defesa também buscou esclarecimentos sobre a possibilidade de retorno de Mauro Cid às atividades no Exército Brasileiro, já que ele fez um pedido formal para ir para a reserva da Força Armada.
O Papel de Cid na Trama Golpista
Mauro Cid foi figura-chave para o avanço das investigações. Foi no conteúdo de seu celular que a Polícia Federal encontrou a “minuta do golpe”, o documento que detalhava o plano, batizado de “Copa 2022”, que previa a intervenção no resultado das eleições presidenciais de 2022 com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A solicitação da PF sublinha a gravidade das informações fornecidas pelo tenente-coronel e a necessidade de proteção institucional para ele e sua família.
Crédito da Imagem: Luis Nova


